SIGNIFICADOS DO PROCESSO DO MORRER E DA MORTE PARA A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA.
Nome: ALESSANDRA MONTEIRO GUIMARÃES CARVALHO BARBOSA
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 12/12/2013
Orientador:
Nome | Papel |
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LEILA MASSARONI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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DENISE SILVEIRA DE CASTRO | Suplente Interno |
KARLA DE MELO BATISTA | Examinador Interno |
LEILA MASSARONI | Orientador |
NAGELA VALADÃO CADE | Suplente Externo |
SEBASTIÃO BENÍCIO DA COSTA NETO | Examinador Externo |
Resumo: A morte é um evento que, para ser conceituado, há necessidade de se abranger dimensões do contexto histórico e sociocultural e a das vivências pessoais, que podem repercutir no comportamento individual e grupal. Com as mudanças sociais ocorridas no processo do morrer, a morte foi transferida para dentro das instituições de saúde, fazendo com que os profissionais de saúde que trabalham em Unidades de Terapia Intensiva convivam cotidianamente com a morte e com o morrer. É importante conhecer os significados que os profissionais de saúde atribuem à morte e o morrer, bem como os fatores que interferem nessa convivência, para subsidiar
discussões e reflexões tanto na prática de trabalho, quanto na vida acadêmica, que auxiliem a equipe de saúde a melhor conviver com o fenômeno estudado. A presente pesquisa teve como objetivos: identificar e descrever os significados que os integrantes da equipe multiprofissional da Unidade de Terapia Intensiva Adulto de um Hospital Universitário têm sobre o processo do morrer e da morte e analisar os fatores que interferem na convivência desses profissionais de saúde da Unidade de Terapia Intensiva Adulto com a morte e o morrer. Foi realizado um estudo descritivo de abordagem qualitativa, usando a técnica de entrevista semiestruturada, com amostra de 21 profissionais de saúde dessa Unidade. Para a análise dos dados, utilizou-se o método de análise de conteúdo temática. Buscando identificar os significados atribuídos pelos profissionais de saúde à morte e ao morrer, emergiram
duas categorias: Visão não científica da morte e do morrer e Visão científica da morte e do morrer, sendo encontrados os seguintes significados sobre a morte: um processo natural, uma etapa a cumprir, um evento fisiológico e a total extinção do ser humano. Esta variabilidade de definições se explica na dependência do conhecimento e da vivência pessoal para elaboração de um conceito de morte. Na análise dos fatores que interferem na convivência dos profissionais de saúde com a morte e com o processo de morrer foram evidenciadas as seguintes categorias: Temporalidade da morte; Formas de enfrentamento; Tecnologias que prolongam a vida; e Formação acadêmica. Os resultados apontam para uma melhor aceitação da morte quando ocorrida com idoso; aponta falha na formação acadêmica no que se refere à discussão do tema da morte e do morrer; a espiritualidade e o distanciamento, sendo usados como forma de enfrentamento; e a tecnologia prolongando o processo do morrer. A implantação de grupos de auxílio aos profissionais, propostos pelos entrevistados, como espaço para expressão dos sentimentos advindos do trabalho, assim como trabalhar as vivências pessoais e profissionais, e o processo do morrer e a morte sob seus diversos olhares (fisiológico, ético, social, psicológico e espiritual), podem ser os deflagradores de
melhoria na qualidade de vida pessoal e profissional desses trabalhadores.